Ilustração de algumas quadras populares sobre o mar
Barqueiro deita o barco ao rio
Barqueiro deita o barco ao rio,
Barqueiro deita o barco ao mar,
mas olha que o barco vira,
lá no meio do Mira
e eu não sei nadar.
“Chula da Guia”
Treixadura – Chula da Guia (na Televisão de Galiza durante a Gala de Homenagem a Zeca Afonso em Pontevedra, a 25 de Abril de 2007)
«Nosa señora da Guía
guía os homes do mar’e.
Veña ver a barca a vela
que se vai deitar no mar’e.
Nosa señora vai dentro
e os anxiños a remar’e.
Nosa señora da Guía
a guía dos mariñeiros,
guíame a miña cuadrilla
toda de mozos solteiros.
Teño máis de mil amigos
aquí non me sinto só,
cantarei ao desafío
ninguén teña de min dor.
Na i-alma se me cravou
a espiña do teu querer,
anque afellas me deixaron
soio para padecer,
neste mundo si hei vivir’e
outro amor non hei de ter.
Quen non viu cantar un vello
non sabe o que é cantar’e.
…….
Nosa señora da Guía e Chula da Póvoa son os nomes cos que se coñece esta melodía en Galiza e Portugal. Máis alá das liñas trazadas nos mapas, esta melodía lémbranos a inmensa cultura popular que compartimos co país veciñol.» Fonte
Via aja
A nossa lanchinha nova
A nossa lanchinha nova
Foi pescar ao Lameirão,
Pra trazer um peixe-espada,
Só colheu um peixe-cão.
Minha Senhora da Guia
Guiai os homens no mar,
E mais a minha lanchinha
Bem a vedes navegar.
LPCP-JAB
Os bravos
Letra e música: popular: Açores
(balada açoreana)
Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem
Para ver se embravecia
Cada vez fiquei mais manso
Bravo meu bem
Para a tua companhia
Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem
Com o meu vestido vermelho
O que eu vi de lá mais bravo
Bravo meu bem
Foi um mansinho coelho
As ondas do mar são brancas
Bravo meu bem
E no meio amarelas
Coitadinho de quem nasce
Bravo meu bem
P’ra morrer no meio delas
Eu fui à terra do bravo
Bravo meu bem
Para ver se embravecia
Quiz bem a quem me quer mal
Bravo meu bem
Quis bem a quem me não queria
Fonte da letra aqui )
Ó lua que alumeias
Ó lua que alumeias
lá no mar os pescadores,
alumeia-me também
pra ver os meus amores.
(571) FFF-MCP/AP
Quem vai ao mar sempre pesca
Quem vai ao mar sempre pesca,
robalete ou peixinhos;
quem namora sempre alcança
ou abraços ou beijinhos.
(504)FFF-MCP/AP
Cada vez que vejo ir
Cada vez que vejo ir
gaivotas à praia-mar,
cuido que são meus amores
que vêm para me levar.
(395)FFF-MCP/AP
Já lá vai pelo mar dentro
Já lá vai pelo mar dentro
a folhinha de urtiga;
já perdi o norte à terra
e o amor à rapariga.
(53)FFF- MCP/AP
Ó estrelinha do norte
Fui ao mar pra ver as ondas
Eu hei de ir àquele mar
Eu hei de ir àquele mar
Se ele me quiser ouvir;
Que abrande as suas ondas
Quer o meu amor partir.
Quero dar as despedidas,
Quero dá-las e não posso;
Tenho o meu coração preso
Por um fio de ouro ao vosso.
CPCT-TB (117)
S. Macaio
“São Macaio” é uma canção dançada nos Açores. Foi sobretudo na ilha Terceira que a sua tradição se generalizou. Tudo leva a crer que o seu nome original seja São Macário e que o nome com que ficou conhecido seja já uma degeneração do primeiro. Acredita-se que São Macário seria um navio que andava entre as ilhas e o Brasil e que teria naufragado numa das suas viagens. Pois como diz a canção; ‘São Macaio, deu à costa…) toda a gente se salvou…(…) só o São Macaio é que não”. (fonte )
Versão de “Samacaio” pelo Grupo Folclórico e Etnográfico da Associação Cultural Lajense da Ilha das Flores.
Versão divulgada por Zeca Afonso:
San Macaio, San Macaio deu à costa, [Bis]
Ai deu à costa nos baixos da Urzelina;[Bis]
Toda a gente, toda a gente se salvou, [Bis]
Ai se salvou, só morreu umamenina. [Bis]
San Macaio, San Macaio deu à costa,
Ai deu à costa lá na Ponta dos Mosteiros;
Toda a gente, toda a gente se salvou,
Ai se salvou, só “morreu” dois passageiros.
San Macaio, San Macaio deu à costa,
Ai deu à costa, deu à costa na fundura;
Quebrou-se-lhe, quebrou-se-lhe o tabuado,
Ai ficou só, ficou só na pregadura.
San Macaio, San Macaio deu à costa,
Ai deu à costa na Baía da Feiteira;
Toda a gente, toda a gente se salvou,
Ai se salvou, só morreu uma feiticeira.
San Macaio, San Macaio deu à costa,
Ai deu à costa nas pedras da Fajãzinha;
Toda a gente, toda a gente se salvou,
Ai se salvou, só morreu uma galinha.
San Macaio, San Macaio já é velho,
Ai já é velho e também é marinheiro;
Andava, andava sempre perdido,
Sempre perdido por causa do nevoeiro.
San Macaio, San Macaio deu à costa,
Ai deu à costa nos baixos do Maranhão;
Toda a gente, toda a gente se salvou,
Ai se salvou, só o San Macaio não.
AMLP-NUM 03
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« Zeca Afonso canta esta canção no álbum “Contos Velhos Rumos Novos” editado em 1969. (ver ). Dado a excelência da sua música, desde então a sua versão tornou-se muito conhecida e a mais divulgada. (ouvir aqui)
Eu fui ao mar à laranja
Versão da Apúlia, cantada pelo Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo da Apúlia.
Eu fui ao mar à laranja,
à fruta que o mar não tem.
Venho toda molhadinha
das ondas que vão e vêm.
Das ondas que vão e vêm
eu venho admirada
O Olívia, ó Olívia,
eu venho toda molhada.
Eu venho toda molhada,
toda cheia de flores.
O Olívia, ó Olívia,
de falar aos meus amores.
De falar aos meus amores
de falar a quem queria.
Eu venho admirada
das ondas que o mar fazia.
Das ondas que o mar fazia
das ondas que vão e vêm.
Eu fui ao mar à laranja,
à fruta que o mar não tem.
……………………
Eu fui ao mar à laranja
Eu fui ao mar à laranja
Às quatro da madrugada
Para dar ao meu amor,
Ó Rosa,
Numa manhã de geada.
Numa manhã de geada,
Numa manhã de calor,
Eu fui ao mar à laranja
Para dar ao meu amor.
Fonte com pauta (in Estudos sobre o cante alentejano de António Marvão (1997) p.148 e 151. acessível on line em pdf aqui)